quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Os bastidores do consumo da carne

          Um quilo de carne de boi exige quinze mil litros de água, enquanto para produzir um quilo de cereal exige 1.300 litros de água (UNESCO, 2011). Quinze mil litros de água podem ser usados para plantações em geral, o que fornece mais alimento para a população do que um quilo de carne, tendo em vista que a população carente no Brasil é enorme e ter carne para servir na mesa, não é realidade de todos.
          A carne no Brasil deveria vim com uma logo do tipo " carne com cheiro de floresta queimada", o desmatamento na fronteira da Amazônia para abrigar os bois é gigantesco, prejudica o meio ambiente e a vida animal que ali permanecia, sem falar que o desmatamento em um ano gerou duzentos milhões de toneladas de dióxido de carbono,  mas infelizmente o preço de desmatar a Amazônia não está no preço da carne. Estou falando de muita poluição mesmo, tanto que em alguns lugares da Alemanha e Dinamarca, é proibido a criação de suínos, uma vez que todos os dejetos são jogados em rios ou "acomodados" em grandes terras. Falamos muito de sustentabilidade, mas praticamos a insustentabilidade. Quando falo de carne, não me refiro somente a carne de boi e vaca, e sim de todas, de frango, peixe, avestruz, entre tantas outras que o paladar do ser humano insiste em querer conhecer. Luxo e futilidade humana é querer conhecer vários tipos de carnes sem ter consciência da destruição que causou.


Todos pintinhos são nascidos em chocadeiras artificiais, nascem aos milhares, nunca vão poder ciscar, andar ao ar livre, nunca vão saber quem são,  o primeiro ar inspirado é impregnado de formol, assim eles ficam mais amarelinhos para agradar os clientes. Após o nascimento, os que nascem com "defeitos", como cegos, machucados, fracos, são selecionados para ir para o fim deles, logo no primeiro dia de vida: o triturador. Junto com as cascas de ovos, eles são jogados aos montes, um em cima do outro, eles piam de medo, horror, mas o fim é o mesmo. Quando o pintinho nasce, logo é cortado o bico para que quando se transforme numa galinha, não ocorra brigas e canabalismo, pois as galinhas ficam em lugares muito apertados e sobre total estresse, o que leva a muitas brigas e  o canibalismo, e também sem o bico, eles não selecionam a comida, comem o que é oferecido.



 A  vaca leiteira gerou leite porque teve um filhotinho, para que você possa consumir o leite, ela teve que ficar constantemente gravida e ter seu bezerro afastado, provocando dores e inflamação nas testas. O homem é o único mamífero que continuar mamando adulto!


Os bezerros machos são descartados ou vão para fazendas para produzir vitela ou babybeef. Passam a vida no escuro e são alimentados somente a base de leite, ficam amarrados para não ter movimentos para não criar músculos. A carne é branca porque os bezerros ficam anêmicos, mal conseguem ficar de pé. E são abatidos filhotes ainda.

 

Os animais do mar morem por asfixia ou compreensão, pensamos que não podem sofrer por não ter expressão audível, mas são sensíveis como todos os animais.

 
 

 
          Os bois e vacas em fazendas tem os chifres arrancados, anabolizante administrados, é utilizado agrotóxicos proibidos no lombo do animal. O manejo para o abate inicia com um banho no animal, são tocados em fileiras para uma sala com uma divisória, onde somente um entra por vez. Usam choques para intimidar o boi, os últimos minutos são os mais estressantes pois escutam os amigos mugindo e sofrendo, os bois na esperam ficam com a  pupila dilatada, empacam para não irem para a sala do abate, tem  vasoconstrição e pressão arterial aumentada, caracterizando o pânico. O abatedouro usa a  pistola pneumática, com um embolo da grossura do dedo indicador, o embolo sai e entra na cabeça do animal e volta, dá aquele abalo e ele fica insensível, cai na praia de vômito, e é  sangrado vivo para facilitar a saída do sangue.

          Os porcos são sensíveis, inteligentes e brincalhões, adoram viver em família e são curiosos demais. Na produção industrial as porcas grávidas são mantidas em celas tão pequenas que não conseguem nem se levantar ,os leitões são castrados para engordar mais e o processo é feito a sangue frio, na espera pro abate todos ficam ouvindo os gritos dos amigos, eles ficam nervosos e tentam sair do caminho do abate por toda lei, chegam a andar por cima dos outros de tanto desespero.
Todos seres capazes de sentir dor e sofrer PRECISÃO DE PROTEÇÃO.
O abate de animais é a mesma coisa que acontecia com os escravos no brasil, e com o clero religioso durante toda história da humanidade, lidam como se ambos não tivessem alma, isso é uma estratégia de poder, para poder abater o animal e usar o escravo como maquinas e fazer com que as outras pessoas não se sintam culpadas por comer carne ou usufruir do trabalho escravo.
 
 PARA PENSAR:
 
v   Por que não permitem a gravação nos abatedouros?
v  Será que o homem é realmente carnívoro? Se colocarmos uma criança esfomeada numa sala com um coelho e uma maça, o que ele vai comer e com o que vai brincar?
v  O presunto na propaganda é bonito, sofisticaram a propaganda, mas a matéria prima é a mesma, cheia de nitritos, corantes, antibióticos e hormônios.
v  Conforme OMS, o câncer no intestino duplicou, as pessoas cada vez mais tem intestino preso e veias entupidas.
v  A carne não nutre, é indigesta, fica mais tempo no estômago, diferente de  vegetais ricos em nutrientes, como cobalto, cobre, zinco.
v   Não conheço amigo com excesso de proteínas e vitaminas e sim de gorduras. O boi não come carne e tem proteína, porque pensam que somos diferentes?
 
          O ser humano é capaz de tomar decisões sabendo que tem coisa errada e persistindo naquilo, a revolução é individual e pessoal, não é apenas peloss bichos, é saúde, é tudo. São as decisões invisíveis multiplicada por milhares de pessoas que vão alterar a demanda das carnes no Brasil. É no supermercado que alimentamos a produção da carne, não estou dizendo pra ninguém comer carne nunca mais, mas ir diminuindo, pra quem saber não sentir mais necessidade de consumir.  Nós somos consumidores e queremos produtos alternativos, é uma nova consciência, precisamos rever as questões da alimentação e do direito a vida.
 
O planeta clama por paz e precisamos praticá-la.
 
FONTE: UNESCO, OMS, INSTITUTO NINA ROSA, ABATEDORES. 
Liz Letícia Martins